segunda-feira, 14 de junho de 2010

Teatro

Durante a primeira metade do século, a história do teatro paraguaio não conta com muitos nomes que tenham transcendido as fronteiras nacionais, com a possível exceção de Josefina Plá quem, além de ser autora e co-autora (com Roque Centurión Miranda) de várias obras teatrais, está entre os críticos que mais estudaram o teatro paraguaio.
Como em outros países da América Latina, razões de ordem histórico-político e econômico-social explicam parcialmente o fato de que o teatro tenha sido, e continue sendo, o gênero menos fecundo da literatura paraguaia. No caso específico do Paraguai, a instabilidade política das primeiras décadas unida a uma guerra internacional, a "Guerra do Chaco" contra a Bolívia, de (1932-1935), uma terrível guerra civil (a Revolução de 1947) e uma das duas ditaduras mais longas que registra a história do continente americano até a data (a do general Alfredo Stroessner (1955-1989); a outra é a de Fidel Castro, (1959-2008). Esses três períodos históricos têm um impacto negativo direto tanto na quantidade como na qualidade da produção teatral deste século.
No entanto, durante as duas décadas que precedem à Guerra do Chaco surge um interesse teatral antes inexistente e numerosos autores estreiam dramas e comédias de caráter predominantemente popular, entre eles Eusebio A. Lugo (1890-1953), Pedro Juan Caballero(Capital do Departamento de Amambay) (1900-1946), Facundo Recalde (1896-1969) e José Arturo Alsina (1897-1984), o mais célebre do grupo.
Não obstante ter nascido na Argentina, Alsina viveu no Paraguai desde muito menino e sua obra dramática é netamente nacional ainda que algumas de suas peças refletem influências do teatro europeu. De enorme significação cultural para um país bilingue como o Paraguai é a produção teatral de Julio Correa, autor de grande mérito e iniciador, na década do 30, do teatro em guaraní em obras inspiradas no contexto histórico-político desses anos, e em particular na Guerra do Chaco. Outros representantes do teatro em guaraní dessa época são Francisco Martín Bairros, Roque Centurión Miranda e Luis Ruffinelli.
A atividade teatral paraguaia conta com o apoio do Ateneu Paraguaio e da Escola Municipal de Arte Cênica de Asunción, fundada por Centurión Miranda em 1948. Além dos dramaturgos já mencionados, entre os nomes que também ocupam um lugar significativo dentro do teatro paraguaio contemporâneo devem figurar, entre outros: os autores e críticos José Luis Appleyard, Ramiro Domínguez e Ezequiel González Alsina; o ator, autor e ensaísta Manuel E. B. Argüello; e mais recentemente, o crítico e diretor Agustín Núñez e a dramaturga e roteirista teatral Gloria Muñoz, quem encenassem (sob a direção daquele e a adaptação teatral desta), com grande sucesso de público (1991), uma versão teatral de Eu o Supremo (1974), a novela mais conhecida de Augusto Roa Bastos.

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